Polícia descobre cemitério clandestino; facção é suspeita de matar ao menos 7 pessoas em ‘tribunal do crime’
10 novembro, 2020
A Polícia Civil de São Paulo descobriu nesta semana um cemitério clandestino na Zona Sul de São Paulo. Uma facção é investigada por suspeita de matar as vítimas em um ‘tribunal do crime’.
Ao menos sete corpos e ossadas ainda não identificados foram encontrados em uma região de mata do Jardim Santa Terezinha, segundo o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), que apura os assassinatos e tenta saber quem são os responsáveis pelos crimes.
“Nossa investigação localizou cinco ossadas e dois corpos em avançado estado de putrefação enterrados em seis covas”, disse nesta segunda-feira (9) ao G1 o delegado Marcelo Jacobucci, diretor da Divisão de Homicídios do DHPP. “A principal linha da investigação é a de que as vítimas tenham sido mortas por uma facção num ‘tribunal do crime’. Depois os corpos foram enterrados de forma clandestina nesse local, que é um cemitério clandestino'”.
O Instituto Médico Legal (IML) vai analisar as ossadas e cadáveres para tentar identificar as vítimas, informar as causas das mortes, quando foram mortas e o sexo delas. Serão feitos exames de DNA com materiais genéticos de parentes de pessoas que estão desaparecidas na região.
Em uma das covas tinham dois corpos putrefatos e o documento de identidade de um homem desaparecido desde 2012. O nome dele não foi divulgado pela polícia sob a alegação de que poderia atrapalhar as investigações.
Cães farejadores
O cemitério clandestino foi descoberto após a polícia investigar o desaparecimento de um rapaz, há pelo menos cinco meses. Ele também não teve a identidade divulgada.
Cães da Guarda Civil Metropolitana (GCM) encontraram as covas em um aterro perto da Estrada do Retiro. Escavadeiras ajudaram a retirar os corpos e ossos.
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O caso foi registrado no 98º Distrito Policial (DP), Jardim Miriam, como assassinatos e encontro de cadáveres. Apesar disso, as investigações continuarão sendo feitas por uma delegacia da Divisão de Homicídios do DHPP. O caso é conduzido pelos delegados Rodolpho Chiarelli Júnior e Fábio Pinheiro Lopes.
‘Tribunal do crime’ é uma expressão usada no jargão policial para identificar os julgamentos que são feitos por facções. Quem é julgado geralmente são desafetos, outros criminosos ou até membros da quadrilha que fizeram algo que incomodou alguém.

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